Os Rapazes que de Estranho nada têm...
... e não têm mesmo. Na primeira audição de The Strange Boys and Girls Club, álbum de estreia dos The Strange Boys, o primeiro pensamento que me ocorre é, "mas onde é que eu já ouvi isto?". Não se enganem aqueles que pensam tratar-se de mais uma banda a recorrer a modelos do passado para fazer música. O som dos Strange Boys embora familiar traz-nos algo de novo. É evidente que este 4 rapazes de Austin, no Texas, passaram muito tempo a ouvir os discos que os pais tinham guardados na arrecadação, no entanto a música dos Strange Boys têm algo de descomprometido em relação às referências que evoca. Enquanto nos passeamos pelo álbum dos Strange Boys, facilmente no caminho nos cruzamos com um Dylan de "Bringing It All Back Home", com uns Beach Boys, uns The Animal ou uns The Kinks. Mas no fim, aquilo que fica é a sensação de que estamos a ouvir algo novo, feito por alguém que não deseja ser mais do que é. E é simplesmente gente nova a fazer do velho novo.
Na passada 3º feira, ainda antes de actuarem em Paredes de Coura passaram por um Lounge onde o espaço, até para a própria banda era escasso. Ao vê-los pela primeira vez, a impressão que fica é que estes rapazes não podem ser os mesmos que fazem esta música tão adulta. Mas não passa disso, ao vivo soam ainda mais crus, mais verdadeiros e apesar de pouco expansivos, são bastante afáveis e a energia que as músicas transmitem é contagiante. Ryan Sambol, o vocalista, fica a meio caminho entre um Bob Dylan de inícios de 60 e um Julian Casablanca. A forma arrastada, quase infantil de cantar é marcante e é daí que vem muita da originalidade destes Strange Boys.
Ouvir: myspace
0 comments:
Enviar um comentário