Twin Shadow
Foi editado somente no final do ano, ainda a tempo de figurar em várias listas de melhores álbuns de 2010. Uma das revelações do ano e uma promessa para os anos vindouros.Twin Shadow é o projecto de George Lewis Jr.. Natural de Brooklin, o seu som caracteriza-se pelas electrónicas assumidamente retro, influenciadas pelos finais dos anos 70, início dos anos 80. É um álbum de extremos, que tanto nos transporta para ambientes pop mais dançantes, onde sobressaem as batidas, como nos puxa para atmosferas soturnas, onde os arranjos e a voz grave de Lewis contribuem para o adensar das músicas. O álbum de estreia FORGET teve produção de Chris Taylor dos Grizzly Bear. A audição do álbum é uma viagem no tempo, e facilmente nos julgamos a ouvir um álbum de raridades de David Bowie, gravado à 30 anos e esquecido numa gaveta até ser redescoberto em pleno século XXI.
Curioso como passados 30 anos surge um álbum com o qual tão facilmente nos identificamos e que soa a uma época onde muitos de nós não éramos ainda nascidos, nem o próprio Twin Shadow. Ainda assim soa tão actual agora e faz tanto sentido como se editado à época. Este reflexo do passado traduz-se em algumas opiniões que qualificam a sua música de nostálgica, sendo várias as referências aos anos 80, mas é o próprio que o contesta e se mostra surpreendido. Embora as assuma, Lewis afirma que “pensou no disco como um disco pop. (...) cheio de diversidade.” É neste limbo, entre alegria e melancolia, entre presente e passado, que FORGET nos conquista.
Músicas como WHEN WERE DANCING, AT MY HEELS, passando por SHOOTING HOLES compõem uma sequência de uma energia contagiante, de nos fazer saltar da cadeira, pegá-la pela mão e levá-la para a pista dançar, dançar e dançar até nos doerem os pés.
Texto publicado na Revista Magnética de Fevereiro.
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