The Strokes - Angles
Para variar um pouco do que tem sido regra nos últimos meses, vou falar de uma banda e de um álbum, que de tão ansiado, dispensam apresentações, são eles os The Strokes e o seu mais recente álbum, ANGLES. E, nem a propósito, numa altura em que andamos todos a contar os dias para o tão aguardado regresso aos palcos portugueses, onde será com certeza o centro das atenções. É já no próximo mês de Julho.
Depois do muito bem sucedido álbum de estreia IS THIS IT em 2001, os The Strokes tornaram-se numa das mais importantes bandas da última década e uma referência do designado “som dos anos zero”, definindo com as suas guitarras e atitude, os caminhos do rock. Aliás, foram de entre as toneladas de bandas entretanto surgidas com “The” no nome, das poucas que singraram e mantém, desde então, uma fiel legião de fãs.
Passados quase 5 anos desde FIRST IMPRESSIONS OF EARTH e depois dos rumores de uma possível separação, dos vários projectos a solo dos seus elementos, de problemas na produção do álbum (fala-se da existência de material gravado que poderá vir, no futuro, a ser editado), surgem ao quarto álbum, renascidos e em excelente forma. O primeiro single, UNDER COVER OF DARKNESS, já prometia muito de bom, embora não trouxesse nada de novo ao que já se conhecia. É uma grande música, que ao longo de quase quatro minutos, sintetiza e nos expõe tudo aquilo que distingue o som dos The Strokes.
O restante álbum, quase o podemos dividir em duas partes distintas. Uma primeira onde novas direcções são apresentadas, com destaque para o cruzamento entre guitarras e electrónicas, sendo YOU'RE SO RIGHT E TAKEN FOR A FOOL, os melhores exemplos. MACHU PICCHU e GAMES são excelentes canções pop. E TWO KINDS OF HAPPINESS traz-nos o revivalismo com cheirinho a hard rock (Van Halen porque não?), que vai buscar as suas referências aos finais dos anos 80, inícios dos anos 90. A segunda metade, é um retornar ao som que marcou os álbuns anteriores com algumas músicas mais densas, mais revoltadas, onde voltam a imperar as guitarras.
Está lá tudo a que nos habituaram, a voz lânguida de Julian Casablancas, as guitarras de Albert Hammond, Jr., mas somos agora surpreendidos por uma luminosidade, por um lado mais pop e mais festivo que não lhes conhecíamos, fruto talvez da experimentação de algumas ideias a solo, com especial destaque para PHRAZES FOR THE YOUNG, o álbum a solo de Julian Casablancas.
Texto publicado na Revista Magnética de Abril.
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