White Denim - D
Os White Denim são uma banda de rock à seria, à antiga! É rock puro e duro, sem rodriguinhos, nem mariquices! Vindos do Texas, terra de homens de barba rija, calças de ganga e botas de cowboy, acabam de editar o seu quarto álbum intitulado, simplesmente, D.
Com um percurso consistente e sempre a subir, chegam a D mais adultos, mais maduros. Comparativamente, é o mais psicadélico dos quatro. E embora, esta tenha sempre sido uma tendência presente, só agora é assumida de forma tão inequívoca. Se dantes eram feios, porcos e maus, com músicas curtas e riffes explosivos, em D existe uma maior preocupação com a composição e estão mais evidentes os diferentes momentos de cada música. Deixou de ser uma descarga contínua de energia para passar a existir um principio, meio e fim, uma narrativa musical intrínseca. Sobretudo, não estão tão brutos. Parece que tiveram aulas de etiqueta e agora estão uns verdadeiros cavalheiros, mais educados e galanteadores. Perdeu-se um rudeza o que se ganhou em elegância. As guitarras continuam a ser o elemento axial mas são agora tratadas com mais delicadeza. Deixaram de ser uma aventura de uma noite e tornaram-se uma mulher para a vida. É o tipo de amadurecimento que se observa nos homens quando se casam e começam a ter atenção a certos aspectos que enquanto solteiros ignoravam. Estão mais arrumados, mais asseados. Mas mantendo sempre a mesma dose de masculinidade!
Logo a abrir 'It's Him’ é uma música com todos os condimentos, usados nas doses certas. 'Back At The Farm' é um instrumental a fazer recordar MARQUEE MOON dos Television. ‘Street Joy’ é de uma beleza que nos desarma, simplesmente desconcertante. D é ,no seu conjunto, um rol de belíssimas e competentes canções. E depois de um ano em que os Black Keys foram reis, os White Denim perfilam-se em 2011 para conquistar o ceptro da categoria, agora mesmo criada por mim, do “rock ganga”. Com eles partilham afinidades e um percurso que por vezes se toca, e D poderá vir a ter o mesmo tipo de impacto na história dos White Denim que BROTHERS teve na dos Black Keys, catapultando-os para o merecido reconhecimento mediático.
Texto publicado na Revista Magnética de Agosto.
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