Festival Paredes de Coura


Fechámos a época festivaleira com o muito aguardado Festival de Paredes de Coura. Num sempre, prazeiroso regresso ao Alto Minho (este ano até o tempo ajudou), viveram-se em Paredes de Coura dias de intenso calor e emoção, rodeados por uma espantosa e verdejante paisagem e sob um magnífico céu estrelado. Um cartaz equilibrado, repleto de nomes que fazem a actualidade musical mais alternativa, fez as delicias dos presentes, sobretudo a tão aguardada estreia dos Pulp em Portugal e o regresso Death From Above 1979.

No dia inaugural, em modo boas-vindas, os Wild Beasts e os Crystal Castles foram os nomes fortes, com os concertos a terem lugar no palco secundário.
Para o segundo dia, as atenções estavam viradas para a actuação dos Pulp, ainda assim, Twin Shadow e as Warpaint conseguiram cativar alguma dessa atenção. Os primeiros pela simpatia e por um álbum cheio de músicas que ficam no ouvido. As segundas, foram uma das surpresas da noite, com o seu ar cool e rock sensual.
Os Pulp vivem sobretudo da figura do seu carismático vocalista, Jarvis Cocker. E com este, a denotar excelente forma, física e intelectual, estiveram reunidos todos os ingredientes para um grande concerto! De uma extrema elegância british, com uma simpatia e um humor ímpares, rapidamente conquistou a plateia. Preservando a atitude a que sempre nos habitou, do alto dos seus saltos, foi revelando a cada música um rol de movimentos e poses improváveis. O concerto da noite!

O terceiro dia teve como cabeças de cartaz os Kings Of Convinience, contudo, um alinhamento diferente poderia ter resultado melhor. Era ter posto os Metronomy no palco principal e trocado os Battles (que tocaram ainda de dia) com os Kings Of Convinience, cujo concerto tinha encaixado na perfeição com o bucólico pôr-do-sol ocorrido horas antes. Ainda assim, grande concerto de Metronomy. As músicas ganham outra dimensão ao vivo, mais enérgicas e dançáveis. Battles, embora competentes, soube a pouco. Deerhunter a darem um concerto eléctrico e com um alinhamento bem escolhido.

Para o último dia ficou guardado o melhor. Se um concerto pudesse ser avaliado pelo diâmetro do circle pit ou pelo número de pessoas a voarem sobre nós, então, os Death From Above 1979 ganhavam por larga margem. Passados 6 anos da actuação no mesmo palco (na altura ainda de dia), voltaram como cabeças de cartaz e foi, sem dúvida, uma aposta ganha! Referência ainda para os No Age, a contribuírem com um grande concerto para um dia absolutamente explosivo.

Texto publicado na Revista Magnética de Setembro.


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