Theophilus London - Timez Are Weird These Days


Estes mês foi grande a indecisão na escolha de um álbum. Não por falta de opções, pelo contrário, pela quantidade de excelentes álbuns editados recentemente. Se por um lado, o novo álbum de Feist é sublime, merece toda a nossa atenção, mas meras palavras não estariam à altura de o descrever. Ou por exemplo, o mais recente de St. Vincent, um álbum cheio de surpresas ao virar de cada acorde. No entanto, houve um que nos deixou completamente atordoados. Já tem uns mesitos mas nada que o torne menos assombroso. Falamos pois, de Theophilus London e de "Timez Are Weird These Days", o seu primeiro álbum.

Logo para começar, tem um nome super, hiper cool. Se um dia tiver que criar um alter-ego, será sem dúvida Theophilus London. É perfeito, não só possuí uma elegância distintiva como é ameaçador quanto baste para poder ser confundido com um gangster. É de Brooklyn e ao que parece movimenta-se entre gente importante (ele e o Mark Ronson, grandes amigos!). Isso reflecte-se na sua música, pela variedade de colaborações, de influências, referências passadas, que com mérito consegue conjugar num perfeito equilíbrio entre descontracção e glamour.

Theophilus London é funk, é disco, é soul, é rock, é hip-hop, é tudo aquilo que quisermos. Interessa pouco definir, quando a qualidade é tanta. É bom, muito bom e fazer alusão a esta ou àquela música é redutor. É um álbum para se ouvir no seu todo, do princípio ao fim, sem interrupções. Last Name London é o cartão de presentação e dá o mote para o que se segue, "Last name London, the first name Theophilus, Theophilus, Theophilus". "Love Is Real", com colaboração de Holly Miranda, arrisca-se a ser um dos singles do ano. "Wine and Chocolates" soa a TV On The Radio se estes fizessem hip-hop. Ehhh que disparate, estão vocês a pensar! Olhem que não, se pensarmos que London colaborou com David Siteck no seu projecto a solo, Maximum Ballon. Há ainda, "All Around The World", uma viagem pelo mundo do sampling que nos leva a redescobrir um sem número de referências. "Why Even Try" é música para procriar à lareira ou para curar uma ressaca de amor, dispõe bem em qualquer uma das situações. A fechar o álbum, atenção viradas para "I Stand Alone", registo pop em jeito de balada.  

Theophilus London tem classe, na atitude, na postura, na forma como se mostra ao mundo e com isso, rapidamente está a tornar-se num ícone dos tempos modernos. Se lhe juntarmos música deste calibre, não terá dificuldade nenhuma em afirmar-se como um dos grandes nomes da música.  


Texto publicado na Revista Magnética de Novembro.

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