Feist - Metals
Os mais atentos, recordam-se com certeza de eu ter dito
que palavras não seriam suficientes para qualificar Metals, o mais recente álbum de Feist. Pois bem, passado um
mês de ininterrupta audição (para não dizer doentia) daquele que se habilita a
ser o melhor álbum do ano, não consigo ficar calado e não dizer o que me vai cá
dentro.
Mas fiquem descansados, prometo não exagerar. Vá, dois,
três adjectivos, no máximo. É todo um conjunto de emoções, de sensações, de
sentimentos que emergem aquando da audição de um álbum assim, que meras
palavras, sejam elas arrebatadores adjectivos ou ornamentados substantivos, não
chegam para descrever algo de tão belo. Faltarão sempre palavras! Contudo, há
uma palavra que não me sai da cabeça, Amor. Metals
faz-nos sentir amor. Por ele, por nós, pelos outros, pela música.
Lesley Feist iniciou-se nisto da música com
os Broken Social Scene mas cedo se percebeu que tinha asas para voos mais altos
e ao quarto álbum em nome próprio já tem pouco a provar. Metals é sem sombra de dúvida o melhor álbum da sua carreira. Num registo, cada vez mais a lembrar Cat Power (o que é
sempre muito positivo), Feist afirma-se, a par da citada e de nomes como Fionna
Apple, como uma das essenciais compositoras da actualidade.
How Come You Never Go There, o primeiro
single surgiu há alguns meses, qual menina bonita que passa na rua e nos faz
olhar para trás. Logo aí a nossa atenção foi conquistada. Tinha todos os
condimentos para nos arrebatar, era doce, charmosa e divertida. Passaram-se
dias de angústia, de incerteza até ao tão ansiado dia, em que todas as dúvidas
se dissiparam e nos pudemos finalmente sentir totalmente entregues. O resto da
história, já podem imaginar!
O álbum começa com The
Bad In Each Other e Graveyard, como
que a dar a conhecer-se, num jogo de charme, onde traços de personalidade vão
sendo lentamente desvendados. A Commotion,
traz-nos alegria, momentos especiais de partilha.
Em Bittersweet
Melodies e Anti-Pioneer
estamos no auge da intimidade, da comunhão que só o amor consegue ser. The Undiscovered First é um arrufo que
nos faz voltar à terra. Com Cicadas &
Gulls e Comfort Me as pazes
são feitas. Nem tudo é perfeito, há momentos menos bons, pequenas imperfeições,
mas que como na pessoa amada, só nos fazem gostar mais dela.
O amor nem sempre é eterno e amanhã podemos estar novamente
a apaixonarmo-nos. Mas vamos acreditar que não e que este é um álbum com o qual
viveremos felizes para sempre. Uma marca forte, pelo menos, deixará!
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