Vodafone Mexefest Porto


Um formato de festival inicialmente importado do Texas para Lisboa estendeu-se a norte e apresentou a sua primeira edição no coração da Invicta. Salas carismáticas como o Coliseu, o Passos Manuel, o Sá da Bandeira, acolheram a estreia do Vodafone Mexefest Porto, com um cartaz que tinha como nomes forte St. Vincent e Twin Shadow.

Antes da partida em direcção ao norte, as expectativas eram muitas. Pelo cartaz (era muita a curiosidade para assistir ao vivo a St. Vincent, depois do excelente STRANGE MERCY), mas sobretudo para comprovar in loco o que se diz do público do Porto!

Dos concertos a que conseguimos assistir, destaque no primeiro dia para Cass McCombs, que apesar da pouca assistência, conseguiu conquistar os presentes com as suas delicadas composições folk, apimentadas aqui e ali por momentos eléctricos.

Ainda COUNTY LINE não tinha terminado e já muita gente se dirigia para o Coliseu para aquele que viria a ser o concerto da noite. St. Vincent subiu a palco vestida de negro, salto altos e guitarra eléctrica em riste, para um grande concerto rock, revelando uma atitude em palco que a figura frágil de menina bem comportada em nada faz prever. Passado o choque inicial, outra surpresa, Annie Clark não só é uma excelente compositora como também é uma bela guitarrista. Quanto ao público, ainda meio aturdido do choque inicial, demorou a perceber o que se estava a passar em palco, uma verdadeira explosão de energia, com uma poderosíssima bateria e muita descarga eléctrica a pautar a actuação.

Para terminar a noite, os Supernada, a actuarem em casa, num Sá da Bandeira cheio até às costuras. Um concerto de perfeita comunhão com o público, com o inconfundível e carismático Manuel Cruz a comandar as hostes.

No segundo dia, as atenções estavam viradas para Twin Shadow mas a curiosidade de assistir à estreia de Hanni El Khatib em Portugal era muita. Esperavam-se riffs cativantes e muito suor à mistura. A escolha do local do concerto não podia ter sido mais acertada, na garagem do edifício dos Maus Hábitos, uma guitarra e bateria a provar que não é preciso mais para um grande concerto rock.

Twin Shadow conseguiu criar uma grande empatia com o público português, que o leva mesmo a dizer sentir-se uma estrela rock no nosso país. Foi um concerto competente, que percorreu FORGET e onde houve ainda oportunidade para apresentar um tema novo, do álbum a sair em Julho. Contundo, fica-se com a ideia dos temas resultarem melhor em álbum do que ao vivo.

Uma primeira edição muito positiva, num excelente ambiente, a deixar boas perspectivas para edições futuras.

Texto publicado na Revista Magnética.

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