Night Beats - ZdB

Assistir a um concerto dos Night Beats é uma experiência catártica! A explosão de distorção com que somos atingidos faz-nos regressar às origens do rock, com tudo o que isso tem de purificador e libertador! Pela primeira vez em Portugal, a ZdB acolheu o trio de Seattle para uma noite de muito suor. Antes de mais, há que esclarecer que o nome Night Beats não podia ser mais enganador. De electrónico, como poderia sugerir, não têm nada, isto é rock n’ roll puro e duro! O ressurgimento do rock na última década deveu-se muito a bandas como os Black Lips, os Thee Oh Sees e, mais recentemente, os Strange Boys, que foram capazes de recuperar a atitude e os princípios básicos do rock! E os Night Beats seguem no mesmo trilho. 

Com apenas um álbum editado em 2011, e enquanto aguardamos pelo novo álbum a editar ainda este ano, o concerto serviu para testar algumas músicas novas. Mas foram as músicas do álbum homónimo que deixaram o público ao rubro. “Puppet On A String” é uma grande malha e não deixou ninguém indiferente. Foi o momento alto de um concerto sempre em alta tensão, com direito a crowd surfing de Tarek Wegner, o baixista. Lee Blackwell, o vocalista, é mais contido nas suas acções. Sempre introspectivo, é como se ele e a guitarra fossem um só. A voz é frágil e serve de adorno à descarga de energia que sai dos amplificadores. A experiência recente tem confirmado a teoria de que para um concerto ser estrondoso não precisa de grandes artíficios, grande palcos, muitos decibeis. É incrivel o poder e o impacto que apenas uma guitarra, uma bateria e um baixo podem ter! E os Night Beats estão cá para o provar.

Nota ainda para Fast Eddie Nelson que, numa noite dominada pelo rock e pelos blues, não podia ter sido melhor escolha. Mais um a provar que o rock não está morto, antes pelo contrário, está de boa saúde e recomenda-se.

 

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